É comum encontrarmos denominações que orientam seus fiéis a passarem por campanhas de “quebra de maldições”, mas será que existe esse tipo de recomendação na Bíblia?
Quem comenta sobre o assunto é o reverendo Augustus Nicodemus Lopes, que escreveu um artigo em seu blog mostrando que a prática não era usada pelos discípulos de Jesus.
Esse tipo de ritual é comum em algumas igrejas neopentecostais e pentecostais que acreditam que ao ter um passado ligado, consciente ou inconsciente, com coisas ocultas a pessoas precisam renunciar esse tipo de ligação para receber a salvação.
Ao explicar sua visão sobre este tipo de ensinamento, Nicodemus Lopes cita o texto de Atos 8 onde está o relato da conversão de samaritanos que seguiam a Simão Mago. Apesar da ligação com o ocultismo, Felipe não realizou nenhuma sessão de quebra de maldições, apenas pregou o evangelho e batizou os novos convertidos, incluindo o bruxo.
Ainda falando dessa passagem bíblica, o reverendo presbiteriano lembra que os apóstolos foram até Patmos para examinar os novos cristãos e apenas oraram para que estes recebessem o Espírito Santo.
“Nenhuma palavra sobre o passado deles na feitiçaria! Nenhuma instrução a Felipe para que anulasse os pactos demoníacos daquela gente! Os apóstolos consideraram que a obra de Cristo nos samaritanos, convertendo-os, era suficiente para romper os laços antigos de pecado, ignorância, superstição e incredulidade”, conclui.
Para Augustus Nicodemus uma campanha de batalha espiritual acaba diminuindo “o poder e a eficácia da suficiência de Cristo na vida do crente”, uma vez que elas estimulam os cristãos a passarem por sessões de quebra de maldição para se tornar um crente verdadeiro.
Quando o bruxo de Atos 8 apresentou sinais de que estava “amarrado” ao seu passado, o apóstolo Pedro não ministrou uma dessas orações, mas o orientou a arrepender-se, sem exigir que ele anulasse com orações seu envolvimento com espíritos.
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